Histórias e Criações

Neste blog você encontrará conteúdo sobre as histórias e as criações da minha família

domingo, 5 de janeiro de 2020

Prof. LUIZ OLIANI

(24/08/1898 - 30/11/1949)


Filho de Tito Oliani e Marcelina Bossa Oliani, nasceu em São Paulo – Capital em 24 de agosto de 1898. Desde criança manifestou propensões para a arte musical. Iniciou seus estudos de solfejo e violino aos 9 anos, ingressando no Instituto Musical “Benedetto Marcello”. Estudou também com os professores H. Cencio e P. Zanni. Em 1914 passou a estudar violino com o professor Zacharias Autuori, tendo sido sempre um de seus melhores alunos tanto que em 1915 venceu o primeiro prêmio de aplicação e estudo instituído por esse Professor.
Em 1918 diplomou-se no Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. Particularmente, estudou Harmonia e Composição com o renomado organista e maestro Fúrio Franceschini
Professor, regente, ensaiador e compositor, foi uma das figuras proeminentes do Corpo Docente do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, do qual era catedrático da cadeira de Violino e Conjunto de Câmera.
Tomou parte em inúmeros concertos em diversos Estados do Brasil quer como maestro, quer como solista de violino, sendo que em concertos sinfônicos, na maioria das vezes, atuava como violino “spala”.
Compôs 6 métodos para o estudo de violino, todos eles adotados oficialmente pelo Conservatório Dramático e Musical de São PauloInstituto Nacional de Música do Rio de Janeiro e em diversos Institutos de Música em todo o Brasil. Foi pioneiro na elaboração de um método para o estudo e aperfeiçoamento dos “Sons Harmônicos” para violino, método este reconhecido também no exterior.
Foi um dos fundadores da Sociedade de Concertos Sinfônicos de São Paulo que tão relevantes serviços prestou à cultura musical de nossa terra; foi membro de várias gestões de seu Conselho Artístico, tendo ocupado vários cargos de Diretoria entre os quais o de vice-presidente.
Fez parte da Orquestra Sinfônica do Conservatório, do Quarteto Paulista do Conservatório, e da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.

Era fiscal do Conselho de Orientação Artística da Secretaria de Educação de São Paulo; Conselheiro do Centro Acadêmico Dr. Gomes Cardim; Membro do Centro Musical de São Paulo; Membro Honorário da Congregação Mariana São Luiz Gonzaga; Sócio Benemérito da Associação Nossa Senhora Aparecida; Membro Diretor dos Coros da Paróquia de São João Batista em São Paulo-Capital; Membro da Academia Brasileira de Música. 
Fundou e dirigiu em 1930 o Instituto Musical Santa CecíliaAtuou como maestro e solista das Orquestras da Rádio Cruzeiro do Sul e da Rádio América de São Paulo.
Possuidor de grande espírito filantrópico o Prof. Luiz Oliani lecionava gratuitamente em orfanatos e no Instituto Padre Chico onde ensinava alunos cegos. No Conservatório Dramático e Musical de São Paulo onde era catedrático, mantinha uma classe especial para alunos cegos, que freqüentemente se apresentavam nas récitas públicas organizadas nesse estabelecimento de ensino.
Como compositor, tem uma obra vasta que compreende inúmeras peças para violino, violino e piano, violino e violoncelo, Trios, Quartetos e Quintetos de Cordas, várias missas solenes e fúnebres, hinos, métodos para violino, teoria e solfejo; obras para banda, etc. De sua bagagem de composições destacam-se, ainda uma opereta em 3 atos com libreto e música de sua autoria; uma ópera em 3 atos e 2 quadros intitulada “O Presagio” sobre libreto de A C. Lopes; um poema sinfônico para grande orquestra intitulado “Inconfidência Mineira”; a Ouverture “Anchieta” ; um “Concerto em Sol” para violino e orquestra.
Concorreu e obteve o 2º e 3º lugares nos concursos instituídos pelo Departamento de Cultura de São Paulo em 1936 com a “Suíte Brasileira”, em 1937 Menção Honrosa com o “Quarteto Brasil”, em 1939 com a “Ouverture Preta” para banda.
Faleceu em 30 de novembro de 1949. Era casado com a Professora de Piano Luiza Ambrósio Oliani com quem teve quatro filhos: o engenheiro Walter Oliani, a professora Wanda Oliani Moherdaui, o médico Tito Oliani e o advogado Roberto Francisco Oliani. Em homenagem a seus filhos e sobrinhos compôs 6 peças para violino com acompanhamento de piano.
Por seus reconhecidos méritos foi homenageado com uma rua em seu nome por força da Lei 6581 de 26 de outubro de 1964, assinada pelo então prefeito de São Paulo Francisco Prestes Maia que determina:
“Passa a denominar-se Prof. Luiz Oliani a atual rua G-11, que começa na Av. D 2 e termina na Rua G-17, no 18* Subdistrito – Butantã.”

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Foto Histórica - Ensaio da Família Oliani

Maestro Luiz Oliani no violino, Tito Oliani (seu pai) e Edmundo Oliani (seu irmão)
no violoncelo. Os dois instrumentos foram construídos por seu pai Tito Oliani
Para ouvir um ensaio da Família Oliani resgatado do acervo pessoal 
de Alfredo Oliani clique aqui